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quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Ontem fui ao Porto ( poema já antigo )





Quase em Campanhã, cruzando o Douro
À esquerda Dª. Maria, velhinha frágil
À direita a do Freixo, ao sol
Parecendo como que digitalizada, a ponte
Truque fotográfico

Depois São Bento
A descida para a Ribeira
Ao cimo, a Sé
E sempre o sol
O sol do Porto, raro e nobre
Pujante, amigo brando

E o rio lá em baixo
Que sempre corre
E o Pilar visto após a D. Luís
E uma patanisca e uma cerveja preta

Tasca antiga, no televisor o Telecine
Um filme de monstros
E eu penso que a realidade é estranha
E refugio-me na ficção de outra cerveja preta
A patanisca a saber a mar e a sonho

Vou para a Foz
O sol põe-se
Adeus, amigo brando
E um charro e uma cerveja deixam-me triste
E o sal que o vento trás deixa-me amargo

Agora estou num bar
O House toma conta de mim
O vodka-limão sabe-me a Verão
E o som cardíaco faz-me desejar-te

Pequena, o umbigo redondo na barriga firme
Peito de rola, pernas de garça
Caracóis pretos tapando a cara
Uma blusa branca como o dia claro

Volto a S. Bento, que a estas horas é cor de laranja
Falta uma hora para o sol nascer, para o comboio partir
Espero, sentado nos degraus da estação
O frio húmido do Porto luta contra o sono
O sono ganha
E durmo

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