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sábado, 8 de março de 2008

A Dor

A dor que outrora senti foi intensa e devastadora. O meu corpo e a minha alma separaram-se e senti-me perdida...sozinha. Minha mente atraicoava-me, deixei de existir...
Dor maldita que invadia o meu espírito e sugava tudo o que de bom restava, sugava as minhas capacidades de amar e de sorrir. Cada vez mais sentia-me encurralada num sitio onde não queria estar...mas deixava-me lá ficar... sem forças, sem esperanças, apenas ia ficando...
A pouco e pouco o meu espírito abandonava o meu corpo, ferido sem destino...divagava na imensidão que me rodeava. Presa, louca, fraca era como me sentia...o destino deixou de existir...ficaram apenas as incertezas...
A dor entrava cada vez mais e começava a fazer parte do meu mundo, queria expulsa-la mas a verdade é que não deixava...se calhar era a única maneira de ainda sentir algo. Não sei...apenas sei do que a dor é capaz...E por muito tempo que passe o nosso espírito ficará sempre abalado, sempre sentido e com medo do que poderá acontecer.
Recuperar de uma dor é deveras uma passagem por um mundo obscuro, intenso e irracional. Todas as nossas capacidades são postas em causa e toda a força que existe dentro de nós refugia-se. Refugia-se pois assim o queremos, a cabe a nós próprios chamar essa força, pois sem ela, conduzir o destino torna-se tarefa impossível.



A dor é um sentimento deveras terrível que tem tendência a controlar o nosso corpo. Cabe a nós assumi o controlo do nosso mundo e não deixar que a dor alastre demais. Acredito que seja difícil tal tarefa, afinal, já passei por ela, mas acreditem que passa. E quando passa sentimos-nos mais fortes e prontos a dominar o destino que por momentos nos escapou.

A dor cega o interior e apenas vemos o vazio. Olhem para o lado e se calhar vão ver que afinal não estão tão sozinhos como pensavam. Não deixem que a dor tome conta da vossa essência, não se fechem num mundo vazio, abram a vossa alma e deixem que a vida entre novamente em vossas veias.

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